Charlles Nunes
No segundo semestre de 2005, fui convidado pela diretora da Escola Municipal Paraíba (Volta Redonda-RJ, onde estudei nos idos de 70), para conversar com os alunos do 4º ano, visando a melhoria do relacionamento entre eles.
Ao pensar sobre qual seria a melhor abordagem, decidi fazer algumas atividades que elevassem a auto estima da criançada - pois quem maltrata o outro, não pode estar bem consigo mesmo.
Durante cerca de uma hora, fizemos brincadeiras sobre apelidos e comportamentos, buscando soluções. Mostrei-lhes 64 cartas que recebi de minha mãe (quando morávamos distante um do outro), e os diários que escrevo desde 1985...
Eles se entusiasmaram tanto, que desejaram iniciar seus próprios diários. Entreguei uma folha para cada aluno, e eles aceitaram a missão de escrever por uma semana.
Na semana seguinte, os alunos receberam cadernos com uma dedicátoria minha. Ao receberem o caderno, eles pisaram num tapete vermelho, e todos bateram palmas.
No mês seguinte, voltei diversas vezes para ler as histórias das crianças. Uma delas me surpreendeu por ter escrito durante 54 dias sem parar! Desde o nosso último encontro, ela escreveu todo santo dia!
Este é o melhor pagamento que se pode desejar: saber que alguém tomou uma decisão relevante na vida, em virtude de um trabalho feito com amor...
Momentos assim, as riquezas deste mundo não podem comprar. Muito menos o tempo apagar...